19 de jun. de 2010

MALABARISMO: Aprendizagem através do ritmo

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Trabalho apresentado à disciplina Projeto Integrado em Aprendizagem e Desenvolvimento Humano do curso Educação Física – Bacharel e Licenciatura Plena da Universidade Cidade de São Paulo, sob orientação dos Professores Alessandro de Freitas; Luciene Teixeira Diniz; Maria Rita Cardoso Gomes; Roberto Gimenez


AGRADECIMENTOS


Ao Gabriel Souza Reis, a Larissa Heloísa Machado Muchiuti, ao Michael Lennon Machado Muchiuti e ao Paulo Marques Santos por ter colaborado e disponibilizado o seu tempo para contribuir de forma direta na construção do nosso projeto integrado; a Eliane (esposa do Ederson) por ter recebido o grupo em sua residência nos recepcionando de forma gentil e atenciosa, aos nossos familiares por ter compreendido a ausência em alguns momentos; aos professores que nos possibilitou a ter uma bagagem de conhecimento para ser realizado esse trabalho e ao Edvaldo Rodrigo de Souza que mesmo distante se fez muito presente.



"Capacidade para aprender é essencial à existência biológica”

SCHMIDT & WRISBERG, 2001.


RESUMO


Hoje em dia vivemos numa época de pragmatismo, onde o Sistema financeiro capitalista nos obriga principalmente nas grandes cidades a fazer tudo muito rápido nos sugando uma das coisas abstratas mais valiosas: O tempo; impedindo-nos até de refletir e também de fazer coisas que deveriam ser feitas no seu tempo natural, os meios de comunicação em massa também influenciam muito a vida desses jovens tanto beneficamente quanto maléficamente, é importante que o profissional de Educação Física que lhe dá com essa faixa etária seja bom observador para ajudar no processo de desenvolvimento que culminará mais adiante na fase adulta. Refletindo sobre as Atividades Rítmicas e seguindo o pressuposto de que há dentre as várias definições de ritmo (fenômeno complexo) uma que fala do ritmo integrado ao ambiente (GOBBI, 2005), percebemos que os adolescentes são bastante influenciados por esse ambiente de rapidez absoluta. Uma ótima oportunidade para chamar a atenção do adolescente enquanto a necessidade de percepção de seus respectivos ritmos individuais é a prática do malabarismo, pois nessa época de pós-modernidade eles estão muito dispersos e sem consciência de si próprios. Essa proposta de trabalho se deu em apresentar a atividade de malabarismo a 04 sujeitos/adolescentes, sendo 01 deles do sexo feminino, o processo se deu com Aprendizagem em Blocos, Aprendizagem Randômica e “feedback”, na fase de retenção foi constatado que os dois jovens de faixa etária mais elevada foram os que obtiveram aprendizado/automatização da atividade rítmica/tarefa motora chamada de.


PALAVRA-CHAVE


Unitermos: Aprendizagem motora; Desenvolvimento motor; Malabarismo; Atividades rítmicas; Surrealismo; Adolescentes.



SUMÁRIO

RESUMO


1. INTRODUÇÃO


2. AMOSTRA

2.1 Característica especifica de cada indivíduo

2.2 Desenvolvimento e transformações no corpo no adolescente

2.3 Desenvolvimento motor

2.4 Desenvolvimento Cognitivo

2.5 Desenvolvimento psicossocial

2.6 Desenvolvimento moral


3. OBJETIVO


4. PROCEDIMENTOS

4.1 Tarefa, equipamento e material

4.2 Metodologia aplicada

4.3 Variabilidade da pratica

4.4 O ritmo do aprendiz


5. RESULTADO

5.1 Acompanhamentos diários do desempenho

5.2 Avaliação de aprendizagem através de teste de retenção


6. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO


7. REFERÊNCIAS


1 INTRODUÇÃO


A adolescência! Essa etapa que se dá depois da segunda infância, “(...) entre 13 e 18 anos, mas agora começa mais cedo, às vezes já aos 8 anos, e não termina até aproximadamente a idade de 20 anos ou mais” (GALLAHUE & OZMUN, 2005) hormônios em ebulição, novas vivências, surto de crescimento (GALLAHUE & OZMUN, 2005), enfim, uma época que eles ou elas irão se deparar com o mundo assim como ele o é!

Utilizando o Movimento Surrealista como pano de fundo para conseguirmos olhar para a adolescência sobre essa nova temática e já observando o quadro de Girafa em Chamas (Salvador Dali, 1937), conseguimos imbricá-lo com a adolescência com figuras com pernas e braços longilíneos (surto de crescimento) e uma girafa ao fundo em chamas (ação dos hormônios, testosterona nos meninos).


Uma paixão negativa, de destruição e de recusa de quanto entrave a integral apropriação pelo homem do seu próprio mundo e do mundo que o circunda; portanto, a destruição e a recusa de toda a legislação, de todos os tabus sociais, patrióticos ou religiosos, e, muito particularmente, os preceitos sexuais pedagógicos, hierárquicos, exigindo-se e proclamando-se a virtude do escândalo, da revolta, do sacrilégio.” (FORTINI, 1980)

Hoje em dia vivemos numa época de pragmatismo, onde o Sistema financeiro capitalista nos obriga principalmente nas grandes cidades há fazer tudo muito rápido nos sugando uma das coisas abstratas mais valiosas para nós homens: O tempo; impedindo-nos até de refletir e também de fazer coisas que deveriam ser feitas no

seu tempo natural, os meios de comunicação em massa também influenciam muito a vida desses jovens tanto beneficamente quanto maleficamente, é importante que o profissional de Educação Física que lhe dá com essa faixa etária seja bom observador para ajudar no processo de desenvolvimento e crescimento que culminará mais adiante na fase adulta. Sim, vivemos na era capitalista e de consumo total!

Apesar de vivermos numa época diferente da qual o Movimento

Surrealista surgiu, ele ainda nos ajuda a unir e contextualizar assuntos diversos que nos foram separados até hoje. O Sistema financeiro capitalista nos obriga a vivermos numa cultura de consumo, ele nos faz esquecer, por exemplo, até da nossa interação recíproca com a inteligência da mãe natureza e nos faz olhar às vezes para outro ser humano a princípio com um olhar extremamente analítico ou até mesmo julgador; as megacidades tornaram-se verdadeiros pólos capitalistas onde estão presentes problemas como: Desigualdade social, violência, conflitos sociais (étnicos raciais ou de outras diferenças).

“Toni Negri e Michael Hardt tentaram mostrar, recentemente, que o capitalismo mundial integrado assumiu a forma do império, ao abolir toda exterioridade, devorando suas fronteiras mais longínquas, englobando a totalidade do planeta, mas também seus enclaves até a pouco invioláveis acrescentariam Jameson, como a Natureza e o próprio Inconsciente.” (Dossiê Michel Foucault. ISSN 1414707-6 – Abril/2009-ano12, Editora Bregantini.)

Refletindo sobre as Atividades Rítmicas e seguindo o pressuposto de que há dentre as várias definições de ritmo (fenômeno complexo) uma que fala do ritmo integrado ao ambiente (GOBBI, 2005), percebemos que os adolescentes são bastante influenciados por esse ambiente de rapidez absoluta, hoje em dia, quase tosos os processos têm que ser ultrapassados, vemos por aí jovens que “pulam fases” como, por exemplo, a entrada antes do tempo na fase adulta com muitos deles sendo pais de família muito jovens. Em sua parte Sócio-Afetiva a adolescência é marcada segundo (ERIKSON, 1971) pela fase da Identidade Vs. Confusão de papel. É uma época de intensas transições que ainda são turbinadas pelos hormônios, é também um tempo em que se pode trazê-lo ou espantá-lo da sociedade. Nessa fase é preciso mostrá-los que o futuro de sua cidade, de seu estado, de sua região, de seu país, do mundo e da espécie Homo sapiens (MORIN, 2000) depende de cada um deles, para que eles possam alcançar níveis elevados em relação ao seu Desenvolvimento Moral, Moralidade Pós-Convencional (Kohlberg; 1981, 1984).

“Nesse estágio, o indivíduo determina o certo e o errado no contexto de uma estrutura lógica, consistente e universal.A dignidade e o valor de todas as pessoas da raça humana são reconhecidos. (GALLAHUE & OZMUN, 2005)

“Portanto, é preciso ensinar a unidade dos três destinos, porque somos indivíduos, mas como indivíduos somos, cada um, um fragmento da sociedade e da espécie Homo sapiens, à qual pertencemos. E o importante é que somos uma parte da sociedade, uma parte da espécie, seres desenvolvidos sem os quais a sociedade não existe. A sociedade só vive com essas interações.” (MORIN, 2004)

No Brasil em sua ampla maioria há escolas com professores às vezes sem autonomia, dando aulas não direcionadas à especificidade de aprendizado, facilidades ou especialidades que cada aluno possa ter ou desenvolver; José Pacheco cita que: “Cada ser humano é único e irrepetível, ipso facto, o trajeto de desenvolvimento de cada aluno é também único e irrepetível”.

Uma ótima oportunidade para chamar a atenção do adolescente enquanto a necessidade de percepção de seus respectivos ritmos individuais, pois nessa época de pós-modernidade eles estão muito dispersos e sem consciência de si próprios é com a prática do malabares:

“Segundo Lewbel (1995) malabarismo é a capacidade de manter um ou mais objetos no ar simultaneamente, através de arremessos e recepções. É uma complexa tarefa de percepção espacial e de habilidade cognitiva. Malabarismo é um padrão contínuo de movimento, onde em cada tempo um objeto é pego e lançado novamente (KALVAN, 1997). Truzzi (1979) completa que malabarismo e um exemplo excelente da capacidade extraordinária do homem que envolve a percepção espacial complexa e também habilidades cognitivas.” (Revista Mackenzi

e de Educação Física e Esporte – 2007, 6 (3): 87-92)

Dennison (1992) sugere que exercícios que atravessam a linha do plano sagital e usam os dois lados do corpo ao mesmo tempo, nesse caso o malabarismo, estim

ulam os dois hemisférios cerebrais, enriquecendo o processo de aprendizagem motora. Os exercícios realizados e suas complexidades fazem com que o praticante desenvolva sua capacidade de reação e raciocínio de forma eficaz e segura. (Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte – 2007, 6 (3): 87-92)

Porém, essa atividade é usada principalmente nas ruas das grandes cidades, especificamente nos faróis de trânsito, como válvula de escape para adolescentes com ambiente familiar instável, que se encontram “perdidos” emocionalmente, enfim são vários fatores de ordem macro e microestrutural (ALBERTO, 2002) que levam alguns jovens a desenvolver esse tipo de atividade nas ruas. Como já vimos, a época da adolescência é bastante dinâmica devido a fatores intrínsecos (hormônios, Identidade Vs. Confusão de Papel, ERIKSON, 1971) e extrínsecos, no contexto extrínseco esses adolescentes encontram-se em grande risco, pois, as ruas das grandes são verdadeiros pólos de vendas de drogas (tráfico), com adultos sempre os aliciando; esses jovens em confusão com suas respectivas identidades e carentes afetivamente acabam procurando uma maneira mais fácil de afastarem-se dos problemas domésticos, ainda podendo “brincar” e ganhar dinheiro. Ao defrontar-se com os grupos que já se encontram na rua, muitas das vezes já com um cotidiano de uso de entorpecentes, os iniciantes acabam usando ou por curiosidade ou por algum tipo de iniciação (ritual) ao grupo.

Apesar de ser uma atividade executada individualmente, a atividade de malabarismo é de extrema importância para o adolescente, pois requer uma autoconcentração e interação com o ambiente, além de reforçar na memória do adolescente a síntese de que ele tem uma identidade e livrando-o de um grande mal entre os jovens que é o caso do suicídio (Ghislaine Bouchard).

“Quando direcionamos o foco para a pessoa, visamos também contribuir para o que Morin (1996, p.182) denomina de consciência de si. Por meio do pensamento a consciência pode desdobrar-se em consciência a consciência, constituindo-se em metaponto de vista, isto é, o sujeito pode se auto-observar, criando um” eu observador”. (Renato Bastos João e Marcelo de Brito. Rev.bras.Educ.Fís.Esp, São Paulo, v.18, n.3, p.263-72, jul./set. 2004)


2 AMOSTRA


A mostra foi constituída de 04 adolescentes, sendo um do sexo feminino e três do sexo masculino, todos participaram como voluntários e não possuíam experiência anterior com a tarefa.


2.1 Características especifica de cada individuo


- Larissa tem 13 anos é estudante do sétimo ano do ensino fundamental. Sua vivencia com atividade física durante as aulas de educação física durante 50 minutos uma vez na semana e aos finais de semana gosta de brincar com atividades em geral.

- Gabriel tem 15 anos, não estuda e não tem vivencia com atividade física.

- Lennon tem 16 anos é estudante do segundo ano do ensino médio. Sua vivencia com atividade física é durante as aulas de educação física que tem ênfase no futebol e vôlei durante 50 minutos duas vezes na semana, na academia com na pratica da musculação cinco vezes na semana e na quadra com futebol society uma vez na semana.

- Paulo tem 18 anos é estuda do segundo anos do ensino médio. Sua vivencia com atividade física é através da pratica futebol de salão uma vez por semana por volta de 120 minutos.


2.2 Desenvolvimento e transformações no corpo no adolescente


Durante o processo da adolescência ocorrem mudanças como o surto do crescimento, a estrutura óssea, o peso, distribuição de tecido adiposo, altura final, estrutura do corpo entre outros. A questão genética (genótipo) está muito ligada nesse processo, porém isso também vai depender das influências ambientais (fenótipo) é a alimentação, ambiente onde vivem se praticam atividades físicas etc. Na parte fisiológica existem apenas diferenças entre os sexos, mas isso não significa que um tenha mérito sobre o outro. Devido a essas mudanças o adolescente se torna um expectador das mudanças em seu próprio corpo, o que faz aumentar também a autopercepção.

Esmiuçando essa fase de nossas vidas, “ufa e que fase... A adolescência!” Essa etapa que se dá depois da segunda infância, “(...) entre 13 e 18 anos, mas agora começa mais cedo, às vezes já aos 8 anos, e não termina até aproximadamente a idade de 20 anos ou mais.” (GALLAHUE & OZMUN, 2005); hormônios em ebulição, novas vivências, novos ritmos, onde alguns adolescentes inserem-se no mercado de trabalho ou alguns deles infelizmente inserindo-se no mundo das drogas, alterando consequentemente seu ritmo natural, surto de crescimento (GALLAHUE & OZMUN, 2005); uma fase na qual os adolescentes desenvolvem sua Moralidade Pós-Convencional (Kohlberg), onde suas interações são cada vez mais constantes e necessárias para aquisições de diferentes aprendizados, enfim... Uma época que eles ou elas irá se deparar com o mundo assim como ele o é!

“Nesse ajustamento que deve ser procurado está também a nossa relação com a natureza. ‘Em vez de explorar o universo, trocar o modelo manipulatório tradicional pelo da dança mundana, na qual é o contínuo ajustar de um ao outro que vai criando um sentido, porque na dança, a interação se alicerça sobre a sensibilidade recíproca.” (Eric Landowski para O Estado de S.Paulo, publicado em 16/03/2010. Matéria de Helena Katz.)


O Movimento Surrealista pode ser visto hoje (pós-modernidade) como ligação, união e um importante tópico para imbricações de tudo que nos é separado. Utilizando o Surrealismo como pano de fundo para conseguirmos olhar para a adolescência sobre essa nova temática e já observando o quadro de salvador Dali (Girafa em chamas, 1937) que nos apresenta diferentes visões de como, por exemplo, a fase da adolescência pode ser descrita num complexo processo de desenvolvimento; a tela mostra figuras longilíneas com membros como braços e pernas também longilíneos representando por que não, o estirão puberal; mostra gavetas saindo das pernas de uma dessas figuras representando, por que não, o processo de desenvolvimento crescente do adolescente; e se olharmos no fundo da figura constatará uma girafa literalmente em chamas podendo ser consequentemente observada como a fase dos hormônios em “ebulição”, principalmente de alguns “girafões” adolescentes com a testosterona agindo ferozmente em seus organismos.

Outro embasamento que o Movimento Surrealista nos dá é de que o homem deve apropriar-se do seu próprio mundo com o intuito de sua própria unificação (Fortini, FRANCO, 1980), a fala já diz muito e alto que o homem, ou a raça humana num todo complexo não está bem situada e unificada até hoje, e uma das contribuições mais contundentes é a do Sistema financeiro capitalista que tem como uma de suas principais características, a separação por classes sociais.


2.3 Desenvolvimento motor


Para cada faixa etária existe uma característica especifica no desenvolvimento motor, pois é crescente a habilidade através das vivencias e maturação acumulada ao longo da vida.

No estudo que desenvolvemos identificamos os indivíduos estão na fase dos movimentos específicos, porém em fase diferentes segundo GALLAHUE (2005).

O individuo do sexo feminino está no estágio de aplicação que é entre 11 a 13 anos. Fase em que tem um aprimoramento crescente das habilidades e já tem a capacidade de tomar varias decisões referentes ao seu aprendizado em tarefas ambientais e individuais, o que pode faz tomar decisões através de um questionamento interno de seus limites e suas habilidades como, por exemplo, de fazer ou não alguns tipos de atividades, podendo assim gerar ansiedade.

Já todos os indivíduos do sexo masculino estão no estágio de utilização permanente, que é a partir dos 14 anos. Está no auge do desenvolvimento motor o que possibilita fazer varias habilidades de acordo com sua vivência anterior, mas o que vai motivar a continuar no processo de manutenção serão fatores como motivação, oportunidades entre outros.


2.4 Desenvolvimento Cognitivo


O Adolescente está no estágio operatório formal segundo teoria de Jean Piaget, ou seja, é capaz de pensar por todos os lados de uma situação problema de forma sistemática e tem uma grande capacidade de memória referente aos estágios anteriores o que faz conseguir reter uma informação que possa ajudar a resolver situações de forma abrangente e consistente segundo diz COLE (2004).


2.5 Desenvolvimento psicossocial


A adolescência está na fase da “Identidade versus Confusão de papeis” conforme define ERIKSON (1976) em uma citação que resume todo esse processo quando diz que a adolescência “(...) é a etapa psicossocial entre a infância e a idade adulta, entre a moral aprendida pela criança e a ética a ser desenvolvida no adulto”. (ERIKSON, 1976 p.422)

O adolescente é muito questionado devido a constantes mudanças de forma rápida, é uma fase que se preocupam com o julgamento dos outros, gosta de novidades, de andar em grupos da mesma idade com o objetivo de aproximar os seus gostos, buscam a liberdade, não tem uma identidade formada e buscam no outro através de ídolos, paixões de forma intensa. Tem aqueles também gosta de ser diferente em vários aspectos com o objetivo de se defender das grandes mudanças que está acontecendo com ele.


2.6 Desenvolvimento moral


Segundo os 6 estágios de KOHLBERG o adolesceste está no nível 3 que é o Pós-Convencional, seu raciocínio moral através da idéia de um contrato social, ou seja, começa reconhecer que existem pessoas diferentes, com opiniões e valores distintos, e que precisa respeitá-las devido a esse contrato social e o que o torna mais uma pessoa mais racional. COLE (2004)



3 OBJETIVO


O objetivo central do projeto foi ensinar a prática do malabarismo com 3 bolas para um grupo de adolescentes onde contou com a participação dos estudantes do curso de Educação Física Bacharelado e Licenciatura - Módulo Educação Física e Desenvolvimento Humano; onde desempenhou a função de instrutores baseados nas técnicas da aprendizagem que foi estudado durante o primeiro semestre de 2010.

A atividade de malabarismo trabalha a coordenação bimanual, fazendo movimentos com os dois braços simultaneamente, adequando o objeto a um padrão de movimento, concentração para manter os objetos em movimentos aéreos sem deixar cair no chão além da visão periférica.

O indivíduo que aprender essas habilidades terá a possibilidade de aplicar esse conhecimento em futuras atividades como atividades que exijam essas práticas como nos esportes coletivos: Vôlei, basquete; esportes individuais como, tênis, tênis de mesa e todos os tipos de luta, entre outros; atividades rotineiras como dirigir um automóvel, andar entre a multidão como nos transportes públicos nas épocas sazonais.

Pensando na quebra do paradigma da educação física esportivista, apresentamos uma nova vivência de movimento, para um novo conhecimento em uma atividade lúdica, sendo profissionais inovadores temos a missão de despertar novos conhecimentos; direcionando-nos nesta prática temos o objetivo de realizar algo fora do cotidiano.

Outro objetivo desenvolvido nesse trabalho foi estimular os adolescentes a trabalharem com os seus respectivos ritmos, ou seja, seus ritmos individuais. Considerando que o ritmo faz com que a pessoa adquira qualidade no movimento, auxilia na incorporação técnica, reforça a memória, aperfeiçoa coordenação, desenvolve a criatividade e o ritmo natural entre outros benefícios citado por ARTAXO (2003). Outro objetivo da atividade proposta foi desenvolver o ritmo de cada aprendiz em conjunto com a aprendizagem para obterem-se todos os benefícios que o ritmo possa facilitar nesse processo, ou seja, foi trabalhado o ritmo de forma individual, pois haverá o conhecimento de uma nova atividade e também estimulamos ao estilo próprio.



“(...) Neste trabalho, buscou-se desenvolver as tarefas que abarcariam todas as funções da organização temporal como estabelecimento e manutenção de um ritmo preferido/confortável; percepção de ritmo... e capacidade de reproduzi-lo com movimentos, sincronização do ritmo pessoal...” (Luis Eduardo Bastos Pinto Tourinho Dantas Edison de Jesus Manoel. Movimento, Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009.)


Por ser um trabalho através do ritmo individual, foi examinada a característica de cada um para ser aplicados os feedbacks da melhor forma e consequentemente obterem os melhores resultados.

Foi trabalhado através dos estímulos dos sistemas sensoriais (visão, audição, cinestesia), ou seja, passamos informações e comando por influência verbal de demonstração visual e auditiva, podendo ser identificado o estimulo através do sistema exteroceptor para que sejam enviadas essas informações para o sistema nervoso onde será selecionada e processada a resposta e enviada para o sistema interoceptor, para que os músculos correspondam ao que foi solicitado, onde esse processo é denominado sistema de processamento de informação segundo SCHMIDT & WRISBERG, (2001), pois o ritmo está nas atividades a partir do momento tensão-relaxamento-tensão dos músculos, tendo capacidade de variar os movimentos, seja na velocidade,força, espaço / tempo; e no malabarismo com bolas acontece, pois quem determina todo o processo é o executante.

Isso porque a antecipação receptora é um processo complexo que envolve simultaneamente componentes espaciais e temporais. Para realizar uma tarefa de timing coincidente com sucesso, o indivíduo deve ter a capacidade de antecipar o momento de ocorrência do evento (aspecto temporal) e a sua localização (aspecto espacial). Ele também precisa ser capaz de prever seus processos intrínsecos, como o tempo necessário para o processamento de informações e para a realização do movimento. Essas capacidades são adquiridas à medida que o mecanismo perceptivo, os processos de memória e o raciocínio desenvolvem-se. (Andrea Freudenheim, Jorge de Oliveira, Umberto Corrêa, Paula Oliveira, Luiz Dantas, Jane Silva, Cássia Moreira, Go Tani. Tarefa complexa de timing coincidente. Rev Port Cien Desp 2 (V) 160–166)

Existe uma questão interessante que auxilia e é eficaz para a execução de atividades bimanuais que MAGILL (2000) cita sobre a questão da polirritmia que é uma questão que influência muito pelo fato do executante ter que desenvolver os mesmos movimentos com os dois membros já que o membro predominante sempre esta adiantado nas execuções. . Para que aja o mesmo movimento dos dois membros necessário muito treino e para eu haja ritmo no malabarismo os membros tem que estar em perfeita harmonia no movimento, ou seja, embora os movimentos sejam relativamente iguais, à uma diferença de tempo entre um e o outro pois nunca se começa o malabarismo lançando duas bolinhas das duas mão de uma só vez, e por ser uma em sequência da outra, é necessário que a mão secundaria siga a velocidade da mão primaria tornando assim um ritmo cíclico dando um toque de arte na atividade e conseguindo executar o malabarismo.

Além deste sincronismo dependente da questão polirritmia que o executante tem que desenvolver, Maggil ressalta que durante a execução o executante segue possíveis “relógios internos” que influencia o lançamento da mão mais rápida, sendo assim a mão mais lenta acaba seguindo a polirritmia e a variabilidade de tempo da mão mais rápida. “(...) A estrutura rítmica observada no desempenho provem das propriedades dinâmicas dos membros ao desempenhar movimentos rítmicos.” Desta forma vemos que a polirritmia da ao executante a precisão dinâmica quando se consegue que os dois membros executem os movimentos coordenados.

É importante que haja a percepção de força que é um dos requisitos fundamentais do movimento “(...) A força é necessária para iniciar, alterar ou parar o movimento; ela interfere na taxa de variação do momentum de um objeto e esta envolvida na ação e reação que ocorrem como resultado da interação entre objetos”, pois desta forma o executante passa a ter uma precisão exata de “tempo” para que ele possa lançar a bola antes que a outra chegue e “espaço” para que as bolas não venham se chocar no ar durante o movimento de lançar e pegar as bolas.

É interessante notar que a razão temporal fornece um tempo ideal para a permanência do objetos no ar e para serem apanhados a fim de minimizar a chance de colissão dos objetos no ar. Alem disso, prender a bola três quartos do tempo entre as apanhadas leva a um joga-e-pega preciso e estável da bola ao longo de toda a sequencia de ciclos do malabarismo (Maggil, 2000).

“O ritmo é um meio de educação que possui um aspecto espontâneo, individual e subjetivo, ligado ao mais profundo do ser, e também às estruturas neuromotoras e psicomotoras mais arcaicas, mais primitivas” (LAPIERRE & AUCOTOURIER, 1983 citado por LUIZ, 2008). Isso mostra que o ritmo individual e mesmo a metodologia proposta sejam a mesma para todos, sabendo que cada um teve uma maneira de perceber diferente, com uma consequente diferença no desempenho de cada um.

O malabarismo é uma atividade que desenvolve muito a agilidade, percepção visual e coordenação motora que é afirmado no artigo cientifico (Fluência do malabarismo na aprendizagem), resposta ao estimulo visual e memória.


“(...) exercícios que atravessam a linha sagital e usam os dois lados do corpo ao mesmo tempo, nesse caso o malabarismo, estimula os dois hemisfério cerebrais, enriquecendo o processo de aprendizagem motora. Os exercícios realizados e suas complexidade fazem com que o praticante desenvolva sua capacidade de reação e raciocínio de forma eficaz e segura"(Dennison, 1992 citado por Marjorie Mansur)



4 PROCEDIMENTOS



A partir do momento que tivemos o nosso objetivo concluído, foi feita estratégias para conseguir alcançar, para isso foi planejada de acordo com que foi estudado e pesquisado nas disciplinas durante as aulas e seminários.


4.1 Tarefa, equipamento e material


A tarefa consistiu em os adolescentes manterem três bolinhas de tênis em ritmo cíclico (atividade de malabares) se possível sem deixá-las cair em solo.


Passo a Passo


1º. Jogar uma bola pra cima sem acompanhar a trajetória da bola e pegar com a mesma mão, fazer primeiro com uma mão e depois com a outra e depois com as duas mãos ao mesmo tempo;


2º. Com uma bola, jogar de uma mão para outra;


3º. Uma bola em cada mão, jogar cada bola de uma mão para a outra, dando um tempo entre um lançamento e outro, depois fazer sem parar.


4º. Fazer o movimento anterior sem parar e jogar no meio das duas bolinhas a terceira bola.


O sujeito sempre irá ficar com uma bolinha em cada mão e a terceira no ar, quando ela estiver caindo, jogar outra pra cima e pegar a que estiver caindo, alternando as mãos, assim fazendo o malabarismo com três bolinhas. Para variabilidade da prática foram utilizadas “bolas de meia” e pequenas pedras. Também foi utilizado um cronômetro para controle do tempo durante os testes de retenção. Para variabilidade da prática foram utilizadas “bolas de meia” e pequenas pedras. Também foi utilizado um cronômetro para controle do tempo durante os testes de retenção.


4.2 Metodologia aplicada


No processo de aprendizagem utilizamos a metodologia em “parte- todo” que na atividade proposta foi quando passamos um movimento por vez para os aprendizes e cada movimento dependia dos anteriores para ser bem executado, segundo MAGILL (2000)

Assim temos exemplos,

Durante o processo utilizamos os três sistemas sensoriais (cinestésico, auditivo e visual).

No primeiro contato que os aprendizes tiveram com o malabares foi feita a técnica demonstração por observação (MAGILL, 2000), aonde os mesmos tiveram o seu primeiro contato com a tarefa, mesmo que superficialmente, consequentemente despertando interesse dos adolescentes em aprender a atividade.

No processo de aprendizagem foi lhes ensinado um movimento por vez e a cada novo movimento o nível de complexidade era maior.

Durante o processo de aprendizagem observamos a evolução de cada um. Ao iniciar o processo todos erravam muito isso porque o ritmo permanecia naquele determinado tempo instável, assim, a contração e relaxamento dos músculos estavam rígidos no que resultava um desequilibro com as bolas.

O principal sistema sensorial utilizado nesse momento foi o visual, utilizado para acompanhar a movimentação das bolas e conseqüentemente sendo enviadas as informações para o sistema nervoso, assim posicionando o corpo para receber a bola, como resposta foi utilizada o cinestésico.

A atenção estava somente no seu próprio movimento, isso porque ainda estavam começando a se adaptar, e, neste momento isso era o mais importante afirma SCHMIDT, 2001 p.86 na seguinte citação “(...) as pessoas têm uma capacidade limitada processar informação do ambiente para prestar atenção em várias coisas ao mesmo tempo”. Com isso os adolescentes jogavam a bola fora do seu alcance a ponto de ter que parar a tentativa a todo o momento, o que já era de se esperar na fase.

Os primeiros feedbacks foram de acordo com a situação, pois iria influenciar dar varias informações, devido o seu foco esta no seu próprio movimento. As informações foram de forma descontraída com mais ênfase em incentivar a fazer o movimento. Podemos dizer que durante a aprendizagem, após demonstrar a sequência dos movimentos observamos que não conseguimos resultados com o método de feedback aumentado concomitante, pois durante o decorrer do exercício os aprendizes estão se auto avaliando com o feedback assim MAGILL (2000) diz que o feedback aumentado tanto pode auxiliar o aluno quanto pode atrapalhar, pois o aluno pode acabar ficando dependente do feedback e em uma eventualidade parar os movimentos, então utilizamos feedback aumentado terminal, aonde era dado sempre no final de cada execução dos movimentos sejam corretos ou incorretos e com isso obtemos um resultado positivo.

No segundo momento percebemos que ouve uma pequena melhora nos movimentos dos aprendizes, porém continuou com alguns erros, o que neste caso poderíamos identificar que começou a passar para o estágio associativo da aprendizagem. Trabalhamos o sistema sensorial auditivo, com as orientações, pois neste momento os indivíduos tinham condições de dar atenção para o nosso estímulo.

Durante o desenvolvimento da atividade observamos que o ritmo foi se aperfeiçoando nos aprendizes, “(...) Praticar a habilidade como um todo parece ajudá-los a sentir melhor o fluxo e o ritmo de todos os movimentos” (MAGILL, 1984). O ritmo está presente em todos os estágios e em todos os movimentos, com o processo da atividade o ritmo foi deixando de ser instável e virando um ritmo estável (cíclico) assim visando à melhoria do trabalho.

No estagio final do processo os comportamentos foram variados, pois alguns indivíduos continuaram com as mesmas características do estágio associativo e outros evoluíram no nível de complexidade dos movimentos, provando assim que o ritmo tornou-se estável e cíclico, ou mesmo um ato autônomo da aprendizagem do movimento.


4.3 Variabilidade da pratica


Uma das opções para avaliar como foi o processo de aprendizagem é através da variabilidade da pratica, onde verificamos o procedimento no livro “Aprendizagem Motora Conceitos e Aplicações”.


“(...)A vantagem primordial que o aprendiz tira das experiências praticas que promovem a variabilidade do movimento e do contexto está na capacidade crescente de desempenhar a habilidade em situações de testes futuras. Isto significa Que a pessoa adquiriu uma capacidade crescente de desempenhar a habilidade praticada e aprendeu a adaptar-se a novas condições que possam caracterizar a situação de teste. ” (MAGILL, 2000 p. 142).



Nosso grupo optou por trocar as bolas por objetos como bola de meia de tamanho pequeno e grande e por pedras, com isso os sujeitos estão vivenciando por conseqüência uma nova oportunidade de aproveitar a habilidade.


4.4 Ritmos de cada aprendiz


Durante o processo de aprendizagem observamos que Lennon (16 anos) e Paulo (18 anos) se desempenharam com facilidade durante todo o processo, então são consideradas pessoas rítmicas.

Já Larissa (13 anos) não obteve o mesmo resultado durante o desempenho, mediante a essa situação investigamos se tinha alguma patologia neuromuscular para saber se era uma pessoa arrítmica, concluímos que não havia patologia alguma; então foi detectada através de conversas durante a atividade a falta de segurança em si mesma (Confusão de papéis, Erick Erickson, 1971) isso foi identificado através de repetições de falas por diversas vezes “eu não vou conseguir” ou “eu não consigo”, mesmo antes de começar a atividade. Neste caso ela é uma pessoa não-arrítmica assim dificultando a execução correta da atividade. (SCHMIDT & WRISBERG, 2001).

O jovem Gabriel não conseguiu desempenhar com sucesso a atividade proposta, assim podemos avaliá-lo como não-arrítmico.



5 RESULTADOS


Foram aplicado teste para saber em números o que estava mudando em nossos aprendizes, ou seja, se realmente estava se obtendo a aprendizagem.


5.1 Acompanhamentos diários do desempenho


Para verificarmos o desempenho diário e verificar o grau de evolução da aprendizagem, ou seja, para saber o estágio de aprendizagem, foi feita anotações de acordo com os números de tentativas de acertos a cada dia das sessões de 10 minutos.


Nome

1º dia

2º dia

3º dia

4º dia

5º dia

6º dia

7º dia

Larissa

73

63

47

55

46

47

54

Gabriel

65

58

53

48

50

53

46

Lennon

65

56

44

32

20

12

6

Paulo

55

48

42

38

27

22

15



5.2 Avaliação de aprendizagem através de testes de retenção


A forma mais comum de aplicar um teste de retenção diante de uma habilidade motora “(...) consiste em fazer com que a pessoa desempenhe uma habilidade que já praticaram, mas que não tenha praticado há certo tempo” (MAGILL, 2000 p. 141) o que nesse processo foi utilizado o intervalo de 48 horas. Com esse teste é possível avaliar fez a retenção ou não da atividade proposta. Podemos julgar se houve a aprendizagem ou não através de uma comparação entre o 1º dia da atividade e o teste de retenção, de acordo com a melhora podemos saber se ouve realmente a aprendizagem.

O gráfico abaixo ilustra o resultado final da nossa tarefa, analisando-o conseguimos saber quais deles aprenderam a atividade proposta. Lennon e Paulo obtiveram um nível mais baixo de erros, portanto concluímos que eles aprenderam a tarefa ao contrário de Larissa e Gabriel onde obtiveram uma margem de erros maior que 35, ou seja, mais de 50% do total estipulado.






Componentes

Quantidade de erros

Larissa

61

Gabriel

49

Lennon

7

Paulo

11




Esse gráfico ilustra o resultado final da nossa tarefa, observando-o conseguimos saber quais deles aprenderam a atividade proposta. Lennon e Paulo obtiveram um nível mais baixo de erros, portanto concluímos que eles aprenderam a tarefa ao contrário de Larissa e Gabriel onde obtiveram uma margem de erros maior que 35, ou seja, mais de 50% do total estipulado.



6 DISCUSSÃO E CONCLUSÃO


Concluímos que depois de todo o processo proposto e dos testes que comprovam a aprendizagem/retenção, dentre os quatro sujeitos, dois deles conseguiram chegar ao nível de aprendizado e os outros dois não. Observamos que no inicio do trabalho a insegurança foi o que mais atrapalhou em todos os aprendizes, mas isso foi sendo solucionado através de feedbacks; não funcionou com todos eles, pois o único sujeito do sexo feminino (Identidade Vs. Confusão de papéis, Erick Erickson, 1971) o tempo todo dizia que não iria conseguir e isso se unia com o medo de errar, assim fazendo com que ela não conseguisse executar os movimentos e à medida que ia conseguindo adquirir um padrão de movimentos, dispersava-se e não conseguia concentrarem-se quando estava no estágio cognitivo. Outro indivíduo (Identidade Vs. Confusão de papéis, Erick Erickson, 1971) também não conseguiu chegar à aprendizagem, um dos motivos foi devido a falta de treino, pois alguns dos dias marcados para treinar ele não pode comparecer, isso foi um fator preponderante para o não aprendizado do mesmo.

Já os outros dois indivíduos que se encontram num processo de Identidade mais evoluído e também de Moralidade Pós- Convencional (Kohlberg, 1981) conseguiram aprender a atividade.

Algo que também foi percebido é que nos treinamentos o que servia de estimulo para alguns aprendizes era o tempo em que eles conseguiam manter as bolinhas no ar sem deixar cair, servindo assim como uma motivação para melhorar cada vez mais. Depois que os dois indivíduos já tinham aprendido, começaram a aperfeiçoar seus movimentos, começando a fazer movimentos diferentes com a bolinha, por exemplo, mudar a trajetória, subir escadas e cadeiras, neste momento deixamos os sujeitos livres para que ocorresse uma exploração de espaço na atividade. Após o termino da exploração espacial demos a eles o feedback onde relatamos que intrinsecamente eles enriqueceram a atividade explorando o espaço.

Desse modo entendemos que não podemos limitar os alunos perante uma prática, pois isso auxilia no desenvolvimento de sua aprendizagem e ajuda na confiança em si (Identidade Vs. Confusão de papéis Erick Erickson, 1971).

Sabemos que adolescentes estão em processo de desenvolvimento afetivo social confuso com seus papéis e buscando uma identidade e é em cima desse fator que o profissional de Educação Física deve trabalhar quando se fala em aprendizagem de habilidades na adolescência, pois é nessa fase que é desenvolvida sua moralidade pós-convencional, uma época muito importante para a construção de um pensamento mais global, com isso é também importante dar ênfase em atividades que proporcionam um autoconhecimento com ritmos individuais, pois esses estão muito dispersos e agitados (hormônios) também devido aos meios de comunicação em massa (velocidade de informações). Seria importante que novos estudos dessem ênfase em como o fator ritmo pode ser desenvolvido nas pessoas.


7 REFERÊNCIAS


Livros


01 - ARTAXO, Inês Ritmo e movimento. Guarulhos, SP: Phorte editora, 2003.


02- COLE, Michael O desenvolvimento da criança e do adolescente. 4ªed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 800p.


03 - ERICKSON, Erick. Infância e sociedade. Rio de Janeiro: Zahar, 1971. 404p.


04- FORTINI, Franco. O Movimento Surrealista. 2ªed. Lisboa: Presença, 1980. 230p.


05 - GALLAHUE, David L. Compreendendo desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. 3ª ed. - São Paulo: Phorte, 2005 600p.


06 - GOBBI, Sebastião. Bases teórico-práticas do condicionamento físico. Rio e Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. 265p.


07 - MAGILL, R. A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. 5ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2000


08 - MORIN, Edgar. Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. 2º ed. São Paulo: Editora Cortez, 2000.


09 - ROSE, Dante J. Esporte e atividade física na infância e na adolescência: uma abordagem multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2003 136p.


10 - SCHIMIDT, Richard A. Aprendizagem e performance motora: uma abordagem da aprendizagem baseada em problema - 2º ed. Porto Alegre: Artmed editora, 2001.


Sites


11 - Educar Para Crescer

Dossiê Michel Foucault. ISSN 1414707-6 – Abril/20

09-ano12, Editora Bregantini. Disponível em <http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/michel-foucault-307907.shtml?page=page2> Acesso em 25 abr 2010


12 - Revista Educação

Entrevista com José Pacheco, Lições da Ponte. Revista Educação - Edição 146 Disponível em <http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12706> Acesso em 20 fev. 2010


Artigos


13 - CIRINO, Daniele Cristine da Silva; ALBERTO, Maria de Fátima Pereira. Uso de drogras entre trabalhadores prococes na atividade de malabares. Rev.bras. Educ. Fís. Esp, São Paulo, v.18, n.3, p.263-72, jul./ set. 2004


14 - LAPIERRE & AUCOTOURIER, 1983 citado por LUIZ, Teumaris R. B., 2008. uso de softwares para estimulação da percepção do surdo frente aos parametros de velocidade do ritmo : proposta de utilização do Bpm Counter e do Vpm Counter no programa de atividade ritmicas adaptado as pessoas surdas. Disponivel em <http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000434140> Acesso em 17 fev. 2010


15 - MANSUR, Marjóri; VILARINHO, Rodrigo; FERRAZ, Julio César; ROCHA, Marcel; MADUREIRA, Fabrício. Influência do malabarismo na aprendizagem, resposta ao estimulo visual e memória de idosos. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte – 2007, vol. 6, (3): 87-92


16 - Andrea Freudenheim, Jorge de Oliveira, Umberto Corrêa, Paula Oliveira, Luiz Dantas, Jane Silva, Cássia Moreira, Go Tani. Tarefa complexa de timing coincidente. Rev Port Cien Desp 2 (V) 160–166


17 - Renato Bastos João e Marcelo de Brito. Pensando a corporeidade pedagogica em Educação física a luz do pensamento complexo. Rev.bras.Educ.Fís.Esp, São Paulo, v.18, n.3, p.263-72, jul./set. 2004


18 - Eric Landowski para O Estado de S.Paulo, publicado em 16/03/2010. Matéria de Helena Katz


19 - Luis Eduardo Bastos Pinto Tourinho Dantas Edison de Jesus Manoel. Crianças com dificuldades motoras. Movimento, Porto Alegre, v. 15, n. 03, p. 293-313, julho/setembro de 2009